Bairro da Boavista: moradores querem centro de saúde a funcionar em pleno

Bairro da Boavista: moradores querem centro de saúde a funcionar em pleno

13 de Novembro de 2023 0 Por redacção

Moradores do Bairro da Boavista defendem a reposição do normal funcionamento do pólo da Unidade de Saúde Monsanto, um equipamento a que se pode aplicar o adágio popular: “o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”.



● A este propósito, a Associação Recreativa de Moradores e Amigos do Bairro da Boavista (ARMABV) promoveu uma petição que está em análise na Assembleia Municipal de Lisboa (AML). Os subscritores defendem o funcionamento, de segunda a sexta, das 8h00 às 18h00, de uma equipa de saúde geral e familiar na referida delegação. Segundo os peticionários, a actual política do referido pólo, situado na Rua Rainha D. Brites, “em nada está a beneficiar a população” porque nunca se sabe “se no dia seguinte está aberto”. Na petição afirma-se que “nos últimos meses, tem estado fechado, criando sérias dificuldades para com a comunidade mais envelhecida e a pessoas com mobilidade reduzida”. A ARMABV exige “a rápida intervenção do governo” à situação.

A 8 de Março, aquando da inauguração do Centro de Saúde do Fonte Nova, Ricardo Marques, presidente da Junta de Freguesia (JFB) admitiu que não tem “conseguido captar médicos” para pôr a funcionar em pleno a referida unidade de saúde. Nessa ocasião, Manuel Pizarro, ministro da Saúde, afirmou que “esta unidade vai permitir alargar o quadro de recursos humanos da USF Monsanto, que dará resposta ao pólo do Bairro da Boavista”.

Cerca de um milhão de euros de investimento

O referido equipamento custou ao erário público cerca de um milhão de euros. O autarca previa que o novo equipamento apoiaria 7500 utentes, “dando resposta às necessidades do bairro”.

O edifício tem um piso, coberto por uma zona ajardinada exterior, albergando cinco gabinetes de consulta médica, três salas de enfermagem e tratamentos, zonas de entrada, recepção e informação, área de espera e instalações sanitárias para utentes, bem como espaços de apoio administrativo e de coordenação, espaços técnicos e de apoio geral. Está ainda incluída a criação de seis lugares de estacionamento automóvel.

A 15 de Fevereiro de 2012, a Junta de Freguesia garantia que a construção da nova unidade de saúde permitiria “melhorar drasticamente o acesso da população do Bairro à prestação de cuidados de saúde, com vantagens significativas para a qualidade e continuidade dos cuidados prestados e para a capacidade de resposta e eficiência dos serviços”. O número de gabinetes médicos permitirá atender até 7.500 utentes, acrescentando-se que “a USF do Bairro da Boavista seria “um exemplo a seguir”.

Este bairro da freguesia tem mais de quatro mil utentes do Serviço Nacional de Saúde, sendo que estão inscritos no pólo cerca de 1500. Os restantes estarão afectos a outras unidades de saúde da freguesia.

Seis meses de portas fechadas

A 4 de Junho de 2012, a LUSA divulgou notícias segundo as quais o Centro de Saúde do Bairro da Boavista continuava de portas fechadas, três meses após ter sido concluída a sua construção, em Fevereiro. Inês Drummond, então presidente da JFB, lembrava ao governo e à CML, então liderada por Fernando Medina, que aquela unidade de saúde foi “considerada prioritária” na Carta de Equipamentos de Saúde. A Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo defendeu-se: o centro de saúde tinha as obras concluídas, “mas a estrutura não estava pronta, aguardando-se as vistorias”.

Pouco mais de um mês depois, a 28 de Agosto de 2012, surgiu nova notícia da LUSA, sinalizando a manutenção das ‘portas fechadas’, mesmo depois de o ministro da Saúde, Paulo Macedo, ter anunciado, em Junho desse ano, a abertura para breve. O edifício começou, entretanto, a apresentar os primeiros sinais de abandono.

O novo pólo do Bairro da Boavista da Unidade de Saúde Monsanto foi inaugurado em Setembro de 2012.

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