Benfica: rankings das escolas para todos os gostos

Por esta altura do ano, os jornais publicam o ranking das escolas públicas e privadas, apresentando diferentes resultados. As listagens utilizam dados fornecidos pelo Ministério da Educação que são trabalhados com critérios diferentes por cada órgão de comunicação social dando resultados diferentes. São também criados novos indicadores.

● Na freguesia existem dois agrupamentos: o de Benfica e o da Quinta de Marrocos. O primeiro integra a Escola Básica do 1º Ciclo com JI Arq. Gonçalo Ribeiro Telles, Escola Básica do 1º Ciclo Jorge Barradas, Jardim de Infância Nº 1 de Benfica, Escola Básica 1,2,3 com JI Pedro de Santarém e a Escola Secundária José Gomes Ferreira (sede); o segundo, é formado pela Escola Básica Quinta de Marrocos (sede), a EB1 P. Silva Porto (nº 124) / Jardim de Infância (JI) n.º 2 e EB1 P J. Salvado Sampaio (n.º 17) / JI n.º 3.
Nos diversos rankings dos vários órgãos de comunicação social, surgem a Escola Secundária José Gomes Ferreira, a Escola Básica Quinta de Marrocos, ambas públicas. O Externato Álvares Cabral é o único estabelecimento de ensino privado que surge nos rankings do JN, Observador, Expresso e Público.
O ranking dos exames de acesso ao Ensino Superior, tem por base os dados do Ministério da Educação, abrangendo escolas privadas e públicas em todo o País, embora não exista o mesmo tipo de informação para todas.
Da responsabilidade do Ministério da Educação, é o Indicador de Equidade e a Taxa de Retenção. O primeiro compara a percentagem de alunos pela Acção Social Escolar (ASE) que conseguem um percurso no Secundário sem chumbos na escola com a percentagem de alunos com perfil semelhante a nível nacional que alcança esse objectivo. Escolas nas quais a diferença é positiva têm maiores níveis de ‘equidade’; o segundo, mostra a percentagem de alunos que não pode passar de ano em 2020/21. Os dados referem-se aos alunos matriculados em cursos científico-humanísticos. Não incluem, por exemplo, os alunos matriculados em cursos profissionais e no ensino recorrente para adultos.
O ME disponibiliza ainda indicadores socioeconómicos das escolas públicas, como a habilitação média dos pais dos alunos do secundário (em número médio de anos de escolaridade) e da idade média dos alunos (no 9.º e no 12.º ano) e alunos abrangidos pela ASE. Há ainda o ranking dos exames que ordena as escolas com base apenas nas médias de exame

Novos indicadores
O jornal ‘Público’, em parceria com a Católica Porto Business School, concebeu mais alguns indicadores, além dos propostos pelo Ministério da educação. A ‘nota média esperada’ e o ‘ranking de superação’ são alguns deles.
A ‘média esperada’ é a média de exame que seria expectável cada escola (para as quais há dados) ter alcançado em 2022, tendo em conta o contexto a que pertence. Segundo o jornal ‘Público’, este indicador permite perceber quais as escolas que mais se superam e as que mais longe ficam das suas semelhantes em termos socioeconómicos. Este valor esperado faz um ajustamento tendo em conta a proporção de exames feitos em cada disciplina, em cada escola. A ‘nota esperada’ no Ensino Secundário é de 2,41 (contexto desfavorável), 2,60 (Intermédio) e 2,79 ( Favorável). No Ensino Básico, a ‘nota esperada’ em Matemática é de 2,48 (Desfavorável), 2,41 (Intermédio) e 2,63 (Favorável). Em Português, a ‘nota esperada’ é de 2,65 (Desfavorável), 2,60 (Intermédio), 2,79 (Favorável).
O ‘ranking de superação’ ordena 455 escolas secundárias públicas para as quais existem indicadores socioeconómicos, da que mais supera a média que seria esperada às oito disciplinas para a que mais fica aquém desse valor. Só entram escolas com pelo menos 24 provas. Em relação ao Ensino Básico, este ranking ordena 1049 escolas e varia entre a que mais supera a media que seria esperada às duas disciplinas (Português e Matemática) para a que mais fica aquém desse valor. Só entram escolas com, pelo menos, 40 provas e só abrange as escolas públicas do Continente. Este indicador é concebido a partir da percentagem de alunos que, no agrupamento a que pertence cada escola, não recebe apoio no âmbito da ASE, a habilitação média dos pais dos alunos do secundário (em número médio de anos de escolaridade) e da idade média dos alunos (no 9.º e no 12.º ano).
O ‘contexto do agrupamento’ define três classificações: desfavorável, intermédio e favorável. O primeiro considera agrupamentos com valores mais desfavoráveis nas três variáveis de contexto (pais menos escolarizados, mais alunos abrangidos por apoios do Estado, idade média dos alunos mais elevada); o segundo, com valores intermédios (menos jovens abrangidos pela Acção Social Escolar do que no contexto anterior, pais mais escolarizados, idade média dos alunos mais baixa); o terceiro, escolas com valores mais favoráveis nas três variáveis.

Escolas pioram situação
No ranking do ‘Público’, o universo das escolas com ensino Secundário é de 575 estabelecimentos, dos quais 483 são públicas e 92 privados, onde se realizaram, pelo menos, 54 provas. Em relação Ensino Básico (9.º ano), o universo das escolas abrange 1049 estabelecimentos, dos quais 905 são públicos e 144 são privadas, sendo incluídas escolas onde se realizaram, pelo menos, 40 provas. As provas consideradas para a concepção do ranking são de oito disciplinas mais concorridas a nível do Ensino Secundário.
Ao nível do Secundário, a Escola Secundária José Gomes Ferreira cai 55 lugares do 178.º lugar para 155.º no ranking dos exames de acesso ao Ensino Superior que considerou 773 provas. A média de exames é de 11,90 valores, uma subida pouco significativa em relação a 2021 e um pouco melhor do que a média esperada que era de 11,85 valores. No ranking de superação, a escola Gomes Ferreira atinge o 202.º lugar.
Esta escola integra o Agrupamento de Escolas de Benfica e tem um contexto considerado favorável. Os alunos do agrupamento sem Acção Social Escolar (ASE) atinge os 92% e a idade média dos alunos do 12.º ano é de 17,3 anos. Quanto ao perfil dos progenitores, os anos de escolaridade dos pais é de (14,05) e das mães (13,94). Em relação ao indicador equidade, os alunos com ASE que concluíram o Secundário em três anos atinge os 65%, percentagem idêntica considerando o perfil semelhante dos alunos a nível nacional que concluíram este nível de ensino em três anos. A taxa de retenção, é de 9% no 10.º ano, 5% no 11.º e 12.º anos.
No ranking dos exames de acesso ao Ensino Superior, o Externato Álvares Cabral cai 24 lugares de 2021 (551.º) para 2023 (575.º), considerando 84 provas. A média nos exames é de 7,09 valores, abaixo do resultado obtido em 2021 (7, 69 valores). A média esperada era de 12, 63 valores.
Em relação aos exames do 9.º ano, a Escola Secundária José Gomes Ferreira ocupa o 323.º lugar. O número de provas consideradas foi de 419 e a média nos exames é de 2,83 valores (escala de 0 a 5), acima da média esperada (2,79 valores), mas abaixo da média dada pela escola (3,22 valores). No ‘ranking de superação’, este estabelecimento fica no 367.º lugar. Neste nível de ensino, os alunos de ASE atinge os 84,90% e a idade média dos alunos é de 14,4. Quanto ao perfil dos progenitores, os anos de escolaridade (12,20) e das mães (12,73).
Em relação ao indicador equidade, os alunos com ASE que concluíram o Básico em três anos atinge os 62%, percentagem inferior em 18 pontos (81%) em relação aos alunos com perfil semelhante dos alunos a nível nacional que concluíram este nível de ensino em três anos. A taxa de retenção, no 9º ano de escolaridade é de 2%
A Escola Básica da Quinta de Marrocos (EBQM) fica-se pelo 474.º no ranking dos exames do 9.º ano, tendo sido consideradas 240 provas. A média de exames é de 2,68 valores, um pouco acima da média esperada (2,59 valores). No ranking de superação, a EBQM fica-se pelo 333.º lugar.
Em termos de agrupamento, o contexto socioeconómico da EBQM é intermédio. Cerca de 72% dos alunos não têm Acção Social Escolar e a idade média dos alunos é de 14, 6 anos. Em relação ao indicador equidade, os alunos com ASE que concluíram o Básico em três anos atinge os 66%, percentagem inferior em 4 pontos (69%) em relação aos alunos com perfil semelhante dos alunos a nível nacional que concluíram este nível de ensino em três anos. A taxa de retenção, é de 2% no 7.º ano, 2% no 8.º ano e 2% no 9.º ano.

• JN com três escolas da freguesia

  ● No JN, o ranking geral ao nível secundário abrange 647 escolas, enquanto em relação ao 3.º Ciclo abrange 1182 estabelecimentos de ensino.
  A Escola Secundária Ferreira Gomes Ferreira (ESGF) surge em 210 lugar no ranking do JN, caindo 77 lugares em relação a 2021 nos exames de acesso ao Ensino Superior e no 388.º lugar no caso dos exames do 9.º ano. O outro estabelecimento que surge no ranking é o Externato Álvares Cabral que fica em 646.º lugar, descendo 14 lugares considerando 2021 (632.º).
  Ao nível do Básico, surge ainda a Escola Básica Quinta de Marrocos surge no 572.º lugar do ranking geral. A média das provas é de 2, 68 valores, abaixo da média dada pela escola.
  O ranking do JN tem por base os resultados da primeira fase de exames dos alunos internos do Ensino Secundário, tendo definido como critério base para elaboração do ranking a nota das dez disciplinas com o maior número de exames.
  Quanto às médias de exame, a classificação é obtida a partir da média das notas de exame às dez disciplinas escolhidas, mas apenas são incluídas no ranking geral as escolas com pelo menos 10 exames.

• Observador: só escolas públicas

  ● Os rankings do ‘Observador’, elaborados em parceira com a Nova SBE, apresenta duas listagens com base nas notas dos alunos nas provas e nos exames nacionais e outros duas com base na equidade. A ESJGF surge em 191.º lugar considerando exames finais do ensino secundário, surgindo na 21.º posição em 34 escolas consideradas no concelho de Lisboa. Quando à equidade, esta escola surge em 121.º lugar no ranking geral em 3.º lugar no caso do concelho de Lisboa.
  O sucesso escolar atinge os 65 % dos alunos com apoio ASE que concluíram os cursos científico- humanísticos em três anos. O Índice de Equidade, que é a diferença entre a percentagem de percursos directos de sucesso entre os alunos apoiados pela ASE e a média nacional para alunos ASE e com nível anterior semelhante, é de 0,32 porcento.
  Quanto aos exames do 9.º ano, o ranking considera 78 escolas em Lisboa, surgindo a ESJGF em 387.ª posição no ranking nacional e na 42.ª posição ao nível de Lisboa. A EBQM surge em 569.º lugar a nível nacional e em 50.º no caso da Capital. Quanto à equidade, a única escola da freguesia que surge neste ranking é a Escola Básica Quinta de Marrocos que surge na 558.ª posição a nível nacional e na 15.ª posição se considerarmos concelho de Lisboa (34 escolas). O sucesso escolar atinge os 66% dos alunos apoiados pela ASE. O Índice de Equidade é de menos 3,67.

• Expresso: Secundária José Ferreira Gomes melhora

  ● O jornal ‘Expresso’ inclui as escolas onde se realizou um mínimo de 100 provas no Secundário e de 50 no caso do Básico, ordenadas pelas médias nos exames nacionais. Neste caso, a Escola Secundária José Gomes Ferreira (ESJGF) surge em 170.º lugar, com uma média de 11,94 valores em 1194 provas. Este estabelecimento subiu 36 pontos em relação a 2021 (206.º lugar). Se considerarmos os estabelecimentos de ensino com mais de 100 provas, esta escola fica no 139.º lugar.
  Se atendermos apenas o concelho de Lisboa, esta escola surge no 22.º lugar em 43 possíveis. No caso de incluirmos somente as escolas que realizaram mais de 100 provas, a ESJGF surge em 18.º lugar em 35 possíveis. O índice de equidade é de 0,32%. Ao nível do Básico, a ESJGF ocupa o 325.º lugar e a EB Quinta de Marrocos surge a seguir no 485.º lugar. Ao nível do concelho, o ranking considera 60 escolas públicas e privadas. A ESJGF ocupa a 41.ª posição em 75 possíveis e a EBQM ocupa 35.º lugar (em 60) quando consideramos as escolas com mais de 50 provas.