Caneiro de Benfica sem capacidade de escoamento

A forte precipitação registada de 7 para 8 e de 12 para 13 de Dezembro, provocaram diversas inundações na freguesia, causando danos a particulares e comerciantes. A Câmara Municipal de Lisboa (CML) vai disponibilizar três milhões de euros.

● A Estrada A-da-Maia, Rua Emília das Neves, Av. Grão Vasco, Largo da Igreja e Estrada de Benfica até à Praça da Fonte Nova transformou-se em rios alagando caves de habitações e lojas.
Este trajecto corresponde ao Caneiro de Benfica que, mais uma vez, não teve capacidade de escoamento das águas pluviais. Esta estrutura, que só foi requalificada no troço da Estrada A da Maia, necessita de obras de manutenção. Como na altura avisaram alguns conhecedores da situação ao ‘FREGUÊS DE BENFICA’, é natural que as inundações aconteçam mais frequentemente a jusante daquele troço porque as águas chegam com mais força e em maior quantidade à parte velha do caneiro que fica sem capacidade de escoamento. Aliás, água jorra muitas vezes pelas sarjetas e semidouros para a via pública.
A esta questão estrutural associa-se a crescente a impermeabilização de solos, o deficiente planeamento de canais de escoamento e a falta de limpeza atempada das sargetas e canais de escoamento, que causam inundações quando se regista precipitação forte.
As inundações obrigaram ao encerramento temporário de algumas escolas da freguesia, nomeadamente a Secundária José Gomes Ferreira e a Pedro de Santarém, do mesmo agrupamento, a Quinta de Marrocos e Básica Salvado Sampaio.
No dia 13, terça-feira, meia dúzia de habitações da Rua 4 do Bairro da Boavista foram inundadas e os moradores foram evacuados para alojamentos temporários”. Ainda em Monsanto, as instalações da ‘Ajuda de Berço’ sofreram inundações que levaram à retirada das crianças para a sede, localizada na Rua Jorge Barradas,
Registou-se também uma avaria num posto de transformação na área de Benfica, em Lisboa, que desde a noite do dia 12 deixou “algumas centenas de clientes” sem eletricidade. O fornecimento de energia só foi retomado no dia seguinte. A Radial de Benfica ficou intransitável e a Segunda Circular também foi afectada.
A freguesia foi uma das mais afectadas de Lisboa. Muitos comerciantes ainda desconhecem como vão recuperar dos prejuízos, uma vez que não vão obter as receitas que a época do Natal costuma gerar.

Comerciantes criticam o vizinho Costa
Alguns comerciantes lamentaram à TSF que da parte de António Costa, primeiro-ministro, que mora na Rua Emília das Neves, cuja garagem foi inundada, que não tenha chegado uma palavra de apoio. “O senhor primeiro-ministro deve andar muito ocupado, mas pelo menos deveria dar alguma força aos comerciantes perto da casa dele, que é uma zona de muito comércio”, afirmou António, proprietário de uma loja que vende colchões nas imediações. No mesmo sentido, Carlos que tem uma loja de fotografia, paredes meias com António Costa, viu o seu estúdio na cave inundado. “Numa catástrofe como esta, em que tantas pessoas se sentiram aflitas, acho que era capaz de ser de bom-tom que o primeiro-ministro – que vejo tantas vezes a sair aqui ao lado – tivesse uma palavra de apoio. Até porque não estávamos à espera que ele nos viesse ajudar a limpar a loja, não é?”, afirma o comerciante.

CML disponibiliza apoios
Entretanto, Carlos Moeda, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), anunciou, dia 13, que pretende criar um fundo de, pelo menos, três milhões de euros para apoiar os comerciantes e particulares que sofreram prejuízos com o mau tempo. A CML, conjuntamente com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT), criou um grupo de trabalho para proceder ao levantamento dos danos e prejuízos. Actualmente, decorre o registo de danos sofridos em habitações, quer em termos estruturais e nos bens materiais, e em estabelecimentos de comércio e serviços, quer ao nível das instalações, quer do activo imobilizado. Mais informação podem ser obtidas em https://www.lisboa.pt/levantamento-danos.f RD