
Quinta da Alagoa: proliferação de aves preocupa moradores
22 de Novembro de 2022Moradores da Quinta da Alagoa têm vindo a denunciar a situação de um “aviário informal” em que se transformou o espaço público naquela zona da freguesia. Os primeiros protestos datam de 2014, mas a situação tem vindo a agravar-se desde 2018. Apesar das intenções das entidades oficiais, nomeadamente da Câmara Municipal de Cascais (CMC), a situação não se alterou.

● Segundo alguns moradores, “dezenas de galináceos circulam na via pública sem qualquer controle”, o que consideram ser “um atentado à saúde pública”. A proliferação das aves é também promovida por pessoas que as alimentam diariamente, o que transforma o “espaço urbano um aviário a céu aberto”. Segundo estes moradores, “são dezenas de galos, galinhas e pavões à solta” e “ninguém limpa os dejectos dos animais”. O parque está rodeado de várias habitações “e os animais que circulam livremente defecam muitas vezes no espaço de entrada dos prédios”, afirmam.
Os mesmos residentes afirmam que, “infelizmente, a autarquia nada tem feito”, acrescentando que “a ilegalidade continua, pois não é permitido alimentar animais na via pública e, muito menos, permitir que circulem livremente no espaço público”. “Por vezes, os pavões poisam em cima dos automóveis e provocam danos”, referem.
Para os moradores, “está também em causa o bem-estar animal, pois estão constantemente a ser alimentados por pessoas que se deslocam ao parque da Quinta da Alagoa”. Os moradores contabilizam mais de uma centena de galos, galinhas, pavões e patos, além de pombos.
A situação foi denunciada à Secretaria-Geral do Ministério do Ambiente e da Acção Climática (MAAC), que a 25 de Fevereiro a transmitiu à vereadora Joana Balsemão da CMC, “para análise e tomada de diligências adequadas para a regularização da situação, solicitando que das mesmas também seja dado conhecimento a esta Secretaria-Geral, o que desde já muito se agradece”. Em resposta, a 4 de Outubro, a CMC garante, de acordo com informação prestada pela Divisão de Unidade de Bem-Estar e Saúde Pública e do Centro de Recolha de Animais de Cascais (CROA), conjuntamente com a DGEV (Divisão Geral de Estrutura verde). ”que estavam “a implementar a primeira fase do Plano de Intervenção nos Parques Municipais de Cascais”, prometendo “proceder à recolha de animais para vacinação e desparasitação conjuntamente com a construção de infraestruturas de alojamentos adaptadas às espécies visadas”.
Não obstante, já em Julho deste ano, responsáveis do CROA afirmavam que em virtude das denuncias e desagrados no que diz respeito aos animais residentes na Quinta da Alagoa, “foi deliberado a realização do Plano de Intervenção para restabelecer a biodiversidade e bem-estar em termos de flora e fauna dos Parques Municipais de Cascais”, de modo a “dar resposta a toda esta temática”. Para o CROA, o bem-estar dos animais residentes no parque é uma “prioridade máxima”, bem como “a Saúde Pública de todos os que visitam o Parque”, revelando que o referido plano está em fase de implementação. E deixava uma promessa: “a população de aves residentes, assim que possível, voltará a estar em harmonia com o meio envolvente”. Não obstante, e ainda segundo os moradores, a situação não se alterou. O MAAC não foi a única entidade a receber as denúncias. Pelos menos desde 2018, a Junta de Freguesia, a PSP, GNR e a própria CMC, e a Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território receberam queixas dos moradores.f
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