Pobreza energética: mais de 60% dos lares são confortáveis

Pobreza energética: mais de 60% dos lares são confortáveis

1 de Novembro de 2022 0 Por Jorge Alves

No Inverno, a maioria dos lares da freguesia (66%) tem uma temperatura confortável, tal como no Verão (76%), de acordo com um inquérito telefónico realizado pela Lisboa E-Nova – Agência de Energia e Ambiente de Lisboa e a AdEPorto – Agência de Energia do Porto, em colaboração com o Instituto de Ciências Sociais e o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e o apoio dos municípios de Lisboa e Porto. Não obstante, 41% dos inquiridos em Avenidas Novas admitiram que as suas habitações têm alguma ineficiência construtiva.

● As patologias mais referenciadas foram a humidade (referida em 16% dos casos), a entrada de ar por portas e janelas (18%), o fraco isolamento térmico das paredes (19%) e o fraco isolamento térmico da cobertura (8%). Quase metade dos inquiridos (43%) revelaram desconhecer a existência de fundos para renovar habitações e melhorar a respectiva eficiência energética, manifestando interesse em recorrer a tais fundos, contra apenas 3% que revelaram conhecer e querer recorrer a esses meios. Uma grande maioria (84%) considerou importante existir um espaço para aconselhamento sobre eficiência energética.
O inquérito revelou também que em Avenidas Novas, para 61% das pessoas, o desconforto térmico das habitações tem impacto negativo na sua saúde. Segundo as duas agências, metade do total dos inquiridos em Lisboa e Porto admitiu este impacto, com efeitos na qualidade do sono, no estudo e no desempenho no teletrabalho. Entretanto, nas Avenidas Novas, 8% dos inquiridos admitiram que já se atrasaram no pagamento da factura energética.
As duas agências revelaram igualmente que de acordo com estimativas da Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2021-2050, “entre 1,2 e 2,3 milhões de portugueses vivem em situação de pobreza energética moderada e entre 660 e 740 mil pessoas encontram-se numa situação de pobreza energética extrema”. Para este fenómeno, referem, contribuem “os baixos rendimentos, edifícios e equipamentos pouco eficientes, custos elevados de energia e baixa literacia energética”, entre outros factores.
Além das agências já referidas, o inquérito teve a colaboração do Instituto de Ciências Sociais e o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, bem como o apoio dos municípios de Lisboa e Porto.

4% em Avenidas Novas
Na amostra de residentes em Lisboa participaram 1508 pessoas, acima dos 24 anos de idade, gerando uma base de dados de respostas que foi ponderada por género, grupo etário e nível educacional, tendo sido consideradas válidas 1476 respostas. Assim, a distribuição da amostra relativamente a estas características resultou muito similar à distribuição da população residente na cidade. Avenidas Novas correspondeu a cerca de 4% das respostas, obtidas em todas as freguesias. Segundo Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, na capital, os mais de 55 mil edifícios e cerca de 240 mil alojamentos, grande parte dos quais com fraco desempenho energético, “representam 45% do consumo total da energia”.f


JORGE ALVES

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