
Museu Nacional de Música: transferência para Mafra “bastante avançada”
3 de Setembro de 2022● As instalações na estação do metropolitano, em Lisboa, estavam previstas para 20 anos, “mas vamos neste momento com 28 anos”, recorda a museóloga Graça Mendes Pinto, que desde o seu primeiro dia no MNM, trabalhou a pensar na nova localização do museu, em paralelo com o quotidiano de tratamento do acervo e programação. Os trabalhos começaram pelo estudo e recuperação da colecção e depois pela avaliação dos 17 projectos a concurso para a instalação no Palácio Nacional de Mafra, no qual também foi júri, há dois anos. Esta ex-responsável do MNM afirma que o processo de transferência “vai continuar a ser acompanhado” pela direcção e equipa do museu. “Foi um grande prazer abrir este museu ao público, que o passou a frequentar de forma assídua, o que cria uma dinâmica muito importante para o património e o acesso à cultura”, avaliou, acrescentando que contribuiu de “forma bastante positiva para que tudo corra bem” na transferência para Mafra.
<H2>Mudança contestada</H2>
Recorde-se que a mudança de instalações para Mafra tem sido contestada por diversos sectores da sociedade, pelo menos, desde 2014. Na última recomendação proposta pelo CDS-PP, aprovada por unanimidade a 29 de Abril de 2019, a Assembleia de Freguesia considerou a decisão governamental de ser “meramente política” sem sustentação técnico-científica, recomendando que a Junta de Freguesia avançasse com uma providência cautelar, o que não se verificou. Na moção apresentada exigiam-se “todas as responsabilidades políticas e jurídicas por transferir o actual Museu da Música sem existir um projecto alternativo sustentado academicamente de forma científica, colocando em causa a preservação de um espólio único no Mundo pertencente à cidade de Lisboa”.
Os eleitos lembravam ainda que a ‘Europa Nostra’, uma federação pan-europeia para o património cultural europeu, considerou que as duas torres do Palácio Nacional de Mafra se encontravam com falta de manutenção e uma deficiente conservação e salientavam que “as famílias doaram os instrumentos ao Museu em Lisboa” e não em Mafra.
No documento recomendava-se que o Executivo da Junta de Freguesia avançasse com uma providência cautelar contra a saída do MNM de Lisboa. Esta intenção não passou do papel.
Entretanto, o musicólogo Edward Ayres de Abreu substituiu a actual directora do Museu Nacional da Música, Graça Mendes Pinto.
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