
Novos dirigentes promovem auditoria à situação do clube
21 de Junho de 2022 0 Por freguesredaccao
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● Ao iniciar o seu mandato de quatro anos, Vasco Fernandes lamenta que até à data nenhum elemento da direcção anterior tenha procurado “passar as pastas aos novos dirigentes”. Essa transição assume especial importância, até “porque há pagamentos a fazer” e o clube tem dívidas, que o novo presidente ainda não está em condições de quantificar.
As contas do CFB foram aliás, um dos motivos que levaram Vasco Fernandes a concorrer contra Domingos Estanislau, com quem trabalhou no clube cerca de 20 anos. Essencialmente, “o que me fez concorrer foi o facto de não terem sido apresentadas, conforme solicitei, as contas de 2021”, explica. Embora as contas de 2018 a 2020 tenham sido aprovadas, depois de terem sido chumbadas em Assembleia-Geral, permanecem por apresentar as contas do ano passado. A falta de apresentação de contas levou a que, há alguns anos, o clube tenha perdido o estatuto de utilidade pública, lembra Vasco Fernandes. Descontente com a gestão de Domingos Estanislau, Vasco Fernandes demitiu-se da direcção, mas “nunca quis ser o seu sucessor”. “Foi algo que nunca esteve nos meus horizontes”, confessa.
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Novos dirigentes do Clube Futebol Benfica debatem- -se com escassez de informação e ainda estão a ‘tomar o pulso’ à verdadeira situação do clube.
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A insatisfação, porém, estendeu-se a outras situações, como o estado das instalações do clube que é considerado “muito mau”, além de não existirem “instalações para os sócios”. “Nos últimos seis anos, nada foi feito em termos de infraestruturas, sempre à espera que as obras do LIDL começassem”, alega.
Segundo Vasco Fernandes, “não se tem garantido o mínimo de manutenção das instalações”. “Mesmo antes das obras do LIDL, a nova direcção vai avançar com algumas obras”, revela.
Para este dirigente, as actuais condições das instalações fazem com que os sócios não vejam “uma mais-valia no Clube, sendo que já não andavam muito satisfeitos com o anterior presidente”. “Quem decidiu demitir a anterior direcção foram os sócios”, acrescenta o novo presidente, adiantando que a nível desportivo, “o CFB não tem equipas nas principais divisões”.
Aposta na formação
Sobre o futuro, Vasco Fernandes afirma que o projecto da sua direcção vai basear-se na formação em todas as modalidades, masculinas e femininas. Paralelamente, ambiciona chamar os sócios ao clube que “andam afastados porque não há nada para lhes oferecer”. O dirigente assinala que pretende envolver a população de Benfica no Fofó: “pretendemos que comece a interagir com o clube porque vai ser posta em prática uma dinâmica nova, desportiva e comercial”.
Quanto ao grande projecto de obras no clube financiadas pela cadeia de distribuição LIDL, que passará a ter uma loja em terrenos hoje atribuídos ao CFB, Vasco Fernandes afirma que “a situação actual não afecta o projecto” e que “o LIDL, por intermédio dos seus responsáveis, já confirmou a sua continuidade, independentemente de quem seja o presidente da direcção”. Vasco Fernandes recorda que participou nas negociações com o LIDL enquanto membro da direcção anterior. “Vamos esperar que as obras do LIDL comecem, o que deve suceder em Julho, e que sejam um incentivo para que os sócios, os familiares e os fregueses venham ao clube”, refere.
Auditoria económico-financceira
As contas do Clube é outro tema que preocupa os novos dirigentes do Fofó que admitem avançar com uma auditoria à situação económica-financeira do CFB, além da inventariação do património, que se encontra disperso.
Por definir estão algumas situações, em parte dependentes do conhecimento que a nova direcção for tendo das realidades do clube. Uma delas tem a ver com a equipa ‘Lisboa Devils’, que hoje tem uma parceria com o CFB e a perspectiva de se converter numa secção de futebol americano do clube. “Não sei quais são os termos dessa parceria e nem sei sequer se há contrato, mas podem muito bem ficar no Clube, se for do interesse comum”, esclarece o novo presidente.
Outra situação em análise é a da utilização, pelo CFB, do campo de futebol usado pelo Estabelecimento Prisional de Monsanto que é do Grupo Desportivo da cadeia. “Ainda não há nada de concreto”, sublinha. “O que pode estar para breve é uma conversa com o Ministério da Justiça e é preciso um protocolo com a Junta de Freguesia para uso do campo por mais clubes”, refere. Vasco Fernandes admite parcerias com outros clubes da freguesia para esse efeito.
JORGE ALVES
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