
Museu da Vinha e do Vinho: projecto de Santa Engrácia
25 de Abril de 20210PorLuís Curado[automatichxmenu]
Anunciado com pompa e circunstância em 2005, o Museu da Vinha e do Vinho de Carcavelos (MVVC) mantém, volvidos 16 anos, a intenção inicial: um projecto. Um projecto que acabou mesmo por dar um passo atrás. Inicialmente, o Plano de Pormenor para a Quinta do Barão, apresentado pela Câmara Municipal de Cascais (CMC) em 2009, previa a transformação das antigas adegas da quinta num novo espaço museológico dedicado ao vinho licoroso de Carcavelos. Mas agora, com a alteração desse plano, o Museu deixou de fazer parte da equação para o local.
● Depois de anos de incerteza, em Julho de 2017, Carlos Carreiras, presidente da autarquia cascalense, anunciou a compra do Mosteiro de Santa Maria do Mar à Congregação das Beneditinas Missionárias e comentou a situação do projecto museológico durante uma visita que fez à propriedade situada em Sassoeiros, assegurando “a preservação das vinhas” ali existentes para apoiar a retoma da produção do Vinho de Carcavelos promovida pelo Município.
“Em relação ao edificado, temos a pretensão de fazer um Museu da Vinha e do Vinho aqui em Carcavelos”, sublinhou o autarca recordando que “o projecto estava associado ao plano de pormenor da Quinta do Barão, mas para ser desenvolvido por privados”. Na altura, Carlos Carreiras admitiu “não ter havido nenhuma iniciativa” nesse sentido e deixou em aberto a possibilidade de o museu poder abrir noutro local.
Nessa mesma ocasião, o presidente da CMC referiu que o novo equipamento cultural dedicado ao Vinho de Carcavelos podia até ficar instalado dentro da propriedade do Mosteiro de Santa Maria do Mar ou “num terreno municipal que está confinante na Quinta da Bela Vista, que permite construir um edifício de raiz” com o propósito de ali ser instalado o Museu.
Quinta do Barão: novo plano não contempla museu
Desde então, pouco ou nada mais se acrescentou sobre esta matéria. Até que foi apresentado, em plena pandemia COVID-19, um conjunto de alterações ao Plano de Pormenor do Espaço de Reestruturação Urbanística da Quinta do Barão (PPQB), com possibilidade de participação dos munícipes durante um prazo de 30 dias úteis, que contou a partir de 9 de Novembro de 2020.
De acordo com estas alterações, prevê-se a construção de uma residência de estudantes, “que será explorada pelo Município, ou por um concessionário a designar”, em vez da instalação do MVVC na antiga adega da Quinta do Barão, classificada como imóvel de interesse público desde 2002, mas actualmente em adiantado estado de degradação.
Questionada a CMC sobre a situação deste museu, recebemos da autarquia a seguinte resposta: “Não há novidades sobre este assunto, porque neste momento as prioridades da Câmara de Cascais são outras. A autarquia está focada no combate à pandemia e na ajuda a todos os seus munícipes”. Os mesmos munícipes que foram chamados a pronunciar-se sobre o assunto em plena crise sanitária.
Resta uma breve referência no ‘Resumo não técnico’ da Alteração do Plano de Pormenor da Quinta do Barão, divulgado pela autarquia em (https://www.cascais.pt/sites/default/files/anexos/gerais/new/ppqb_-_resumo_nao_tecnico.pdf), dando conta de que “o Museu vai ser construído no Mosteiro de Santa Maria do Mar”. Resta saber quando e em que condições.
Museu chegou a ter projecto arquitectónico
De salientar que o prometido museu já chegou a ter maquetas da autoria do gabinete de Flávio Barbini e Maria João da Silva Barbini, um projecto de arquitectura desenvolvido em articulação com o Departamento de Cultura da CMC para aquela anunciada instalação na Quinta do Barão.
Anunciava-se assim a “recuperação e adaptação” da adega e respectivos anexos para Museu da Vinha e do Vinho (https://www.museudodouro.pt/tpls/mu/files/encontros/pdf/MuseuCarcavelos.pdf), com base numa parceria da CMC com a iniciativa privada: “a programação do Museu consubstancia o conceito de museu de sítio, através da evocação da memória do local e da valorização dos vestígios existentes, quer dos lagares, quer da adega com as suas arcadas no piso térreo, com o conceito de centro de interpretação, na apresentação multidisciplinar dos conteúdos referentes à história, ao território da Região Vitivinícola de Carcavelos, que abrange parte dos concelhos de Cascais e de Oeiras, ao ciclo da vinha e à produção, comercialização, divulgação e sociabilização deste vinho generoso”.
E era mesmo anunciada a programação do novo espaço museológico: “após a reabilitação, deixando o mais possível intacto o seu carácter simples e austero, a antiga adega irá acolher, no primeiro piso, a exposição permanente, estruturada em três núcleos – Carcavelos: Memórias e personagens de um vinho generoso; O Território; Artes e Ofícios da Vinha e do Vinho -, e, no piso térreo, uma zona de adega e de prova de vinhos e a zona de exposições temporárias”.
Prosseguia assim a apresentação do projecto: “Ao lado da adega, será criado um novo edifício de dois pisos, pensado para responder aos requisitos exigidos hoje no âmbito de um equipamento museológico, em termos de funcionalidade, mobilidade e segurança. Contempla, no primeiro piso, a recepção/loja, um espaço multiusos (serviço educativo e auditório), o centro de documentação e a cafetaria, além de áreas de serviço internas. No piso inferior, localiza-se a reserva e outras áreas técnicas de apoio museográfico e conservação do espólio.”
Resta saber como vai ser desenvolvido o novo projecto do MVVC que, de acordo com a informação referida no ‘Resumo não técnico’ da Alteração do Plano de Pormenor da Quinta do Barão, divulgado pela autarquia, vai ser construído no Mosteiro de Santa Maria do Mar. Entretanto, a CMC tem vindo a adquirir documentos e várias peças para integrarem o espólio do novo equipamento museológico, que fará parte de uma rota enoturística a criar no concelho.f
LUIS CURADO
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Tropecei na Fotografia ainda muito novo. Um dia, o meu pai levou para casa uma máquina reflex, que acabou por ir parar a um armário, onde eu a resgatei. Habituada a só funcionar nas férias e nos acontecimentos festivos, a pobre coitada foi posta à prova, e de que maneira. Tinha 12 anos, quando comecei a ‘cravar’ a família para satisfazer as necessidades fotográficas mais imediatas. Fiz do meu pai e da minha mãe e de mais uns quantos familiares mecenas à força e lá fui conseguindo comprar os primeiros rolos e revelar as primeiras fotos. Com o tempo, a curiosidade foi dando lugar a uma paixão, que tem vindo a acompanhar-me ao longo da vida. Durante os anos dourados do analógico, do P&B passei para os slides. E fui experimentando de tudo um pouco: Paisagem, Retrato, Vida Selvagem, Concertos, Abstracto e… Macro. Foi ao mergulhar neste Mundo em ponto pequeno que descobri uma infinidade de pormenores a que não damos atenção no corre-corre do dia-a-dia. E aprendi a respeitar ainda mais a Natureza, também pela forma como nos surpreende a cada instante, a cada clique. Da velhinha Nikon FM, comprada em segunda mão e que fazia os pombos voarem em redor a cada disparo, passei para outros modelos mais recentes e mais silenciosos. Com o tempo, os pombos da vizinhança deixaram de sofrer de taquicardia… Pelo caminho, fui guardando sempre as lentes que ia adquirindo, desde o pré-AI até à actualidade. Agora, na era do digital, elas continuam a ser companheiras fiéis e a funcionar muito bem nos corpos mais recentes. Sempre gostei desta aliança entre o moderno e o antigo. Para mim, a Fotografia é um compromisso com o momento, captar o instante com o prazer de um olhar único, mostrar a marca do nosso sentir, estar lá, presente e com identidade própria. Testemunhar o irrepetível de um ângulo e com um enquadramento só nosso. É esse um dos grandes desafios da “arte de pintar com a luz”. E como escreveu o bom Fernando Pessoa: “Se eu vir aquela árvore como toda a gente a vê, não tenho nada a dizer sobre aquela árvore. Não vi aquela árvore”.







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Sobre o autor
Tropecei na Fotografia ainda muito novo. Um dia, o meu pai levou para casa uma máquina reflex, que acabou por ir parar a um armário, onde eu a resgatei. Habituada a só funcionar nas férias e nos acontecimentos festivos, a pobre coitada foi posta à prova, e de que maneira. Tinha 12 anos, quando comecei a ‘cravar’ a família para satisfazer as necessidades fotográficas mais imediatas. Fiz do meu pai e da minha mãe e de mais uns quantos familiares mecenas à força e lá fui conseguindo comprar os primeiros rolos e revelar as primeiras fotos. Com o tempo, a curiosidade foi dando lugar a uma paixão, que tem vindo a acompanhar-me ao longo da vida. Durante os anos dourados do analógico, do P&B passei para os slides. E fui experimentando de tudo um pouco: Paisagem, Retrato, Vida Selvagem, Concertos, Abstracto e… Macro. Foi ao mergulhar neste Mundo em ponto pequeno que descobri uma infinidade de pormenores a que não damos atenção no corre-corre do dia-a-dia. E aprendi a respeitar ainda mais a Natureza, também pela forma como nos surpreende a cada instante, a cada clique. Da velhinha Nikon FM, comprada em segunda mão e que fazia os pombos voarem em redor a cada disparo, passei para outros modelos mais recentes e mais silenciosos. Com o tempo, os pombos da vizinhança deixaram de sofrer de taquicardia… Pelo caminho, fui guardando sempre as lentes que ia adquirindo, desde o pré-AI até à actualidade. Agora, na era do digital, elas continuam a ser companheiras fiéis e a funcionar muito bem nos corpos mais recentes. Sempre gostei desta aliança entre o moderno e o antigo. Para mim, a Fotografia é um compromisso com o momento, captar o instante com o prazer de um olhar único, mostrar a marca do nosso sentir, estar lá, presente e com identidade própria. Testemunhar o irrepetível de um ângulo e com um enquadramento só nosso. É esse um dos grandes desafios da “arte de pintar com a luz”. E como escreveu o bom Fernando Pessoa: “Se eu vir aquela árvore como toda a gente a vê, não tenho nada a dizer sobre aquela árvore. Não vi aquela árvore”.