
Museu de Artilharia de Costa: ex-militares colaboram
24 de Abril de 20210PorLuís Curado[automatichxmenu]
A Câmara Municipal de Cascais (CMC) chegou a acordo com o Exército Português e o Ministério da Defesa Nacional quanto à criação de um Museu dedicado à Artilharia de Costa e à Fortificação Marítima na História de Portugal, no alto da Parede, nas antigas instalações da 2.ª Bataria do Regimento de Artilharia de Costa (RAC), que se encontram degradadas e ao abandono. Uma das entidades que tem seguido o processo negocial e confirmado no terreno, “com desgosto”, o abandono e degradação das instalações previstas para instalação do museu é a Associação dos Amigos da Artilharia de Costa Portuguesa (ARTCOSTA), com a qual o jornal ‘FREGUÊS DE CARCAVELOS PAREDE’ contactou para saber mais pormenores sobre o projecto museológico.
● Segundo uma fonte da direcção, a “ARTCOSTA encara com grande satisfação o acordo da CMC com o Ministério da Defesa/Exército para a criação do museu”, sendo o corolário de um longo período de negociações, “que atravessou diversos governos, autarcas do município de Cascais e o Exército, depois da extinção do RAC, há mais de 20 anos, e especialmente desde que em 2014 foi estabelecido um protocolo de intenções, com esta finalidade”.
O mesmo responsável “espera que o acordo seja mais que uma mera transferência de responsabilidades e se possa concretizar em toda a sua essência com a interajuda das instituições envolvidas, às quais a associação procurará dar a colaboração possível”. A mesmo fonte revela que a ARTCOSTA “desconhece qual será o modelo de investimento e de gestão que o Município prevê para o espaço”, acrescentando que esta associação “está especialmente vocacionada para cooperar e constitui o principal repositório de conhecimento e de interesse sobre o fim em vista”.
O nosso interlocutor assinala que “a Associação sempre teve conhecimento de que terá um papel neste projecto” e deverá ter um espaço para desenvolver a sua actividade de colaboração na sua concretização e desenvolvimento. Não obstante, uma certa cultura de centralismo democrático instalada no Estado e na Administração Pública, tem impedido uma maior participação na boa governança dos bens públicos e do património, tendo o município de Cascais auspiciosos exemplos de inclusão”.
Entretanto, a Associação terá uma sede em instalações cedidas pela Junta de Freguesia na Estrada da Torre, cuja inauguração está atrasada devido à crise sanitária que “tem adiado e inviabilizado o programa de que gostaríamos de revestir esse acto, com a envolvência das forças vivas e população em geral”.
Ligação afectiva é importante
A contribuição da ARTCOSTA será preciosa para a história daquele lugar porque os seus associados são “ex-militares que ali prestaram serviço” e “possuem o conhecimento e a vivência que pode enriquecer o projecto museológico”, além da “ligação afectiva à comunidade próxima e aos milhares de ex-militares espalhados pelo território nacional, assim como aos que em muito países do Mundo prestaram serviço nesta arma e nas suas necessárias especialidades”.
O mesmo interlocutor adianta que a associação “sempre acompanhou com particular atenção o desenrolar do processo negocial em torno do museu e procurou influenciar por diversas formas o seu desenvolvimento”. Ao mesmo tempo alertava a opinião pública com iniciativas, visitas, debates, publicações e convívios de ex-militares, com eco na Comunicação Social e no interior da instituição militar. “Esta atenção foi paralela ao crescimento e fundação da própria ARTCOSTA, que inscreveu nos seus objectivos a necessidade urgente de preservar este património, de o converter numa memória viva da defesa costeira, espaço de convívio, lazer e cultura das comunidades mais próximas, locais dinamizadores do conhecimento da História e do património cultural militar português”.
Apesar da degradação e vandalização dos espaços e estruturas que o “FREGUÊS CARCAVELOS PAREDE’ tem vindo a denunciar, a ARTCOSTA defende que “continuam a existir potencialidades suficientes para a execução do projecto, especialmente assente na arquitectura e fortificação militar existente”. O futuro museu poderá “ser enriquecido com os materiais em tempos retirados pelo Exército e que eram a parte fundamental do seu equipamento, além do espólio da própria Associação e de possíveis doações que se venham a verificar”.
A ARTCOSTA acompanhou “com particular desgosto” o abandono a que foi votada a 2.ª Bataria e as instalações da Artilharia de Costa em geral, “sempre chamando a atenção para a necessidade de suster esse abandono e vandalização, ao mesmo tempo que apontava caminhos e projectos e realçava os exemplos positivos (poucos) a nível nacional e outros espalhados pelo Mundo”.
No entender da associação, os maus resultados quanto à conservação daquele património deveram-se “aos estrangulamentos de recursos humanos e financeiros do Exército, associados à deficiente articulação entre o Governo e o Município”.
ARTCOSTA contribui para promover comunidades
De acordo com mesmo dirigente, a ARTCOSTA “não deixará de colocar a tónica na relação deste tipo de património com as comunidades locais, muitas vezes nascidas, ou desenvolvidas, a partir da influência dos militares e suas famílias, bem como da economia por eles gerada”. As novas funções das antigas instalações militares vão abrir novos caminhos “não apenas pela relação afectiva dos locais, dos ex-militares, mas igualmente pelas possibilidades de Turismo Histórico, militar e até de natureza paisagística, uma vez que é deslumbrante o horizonte que destes locais se avista”.
O envolvimento de outras estruturas com as mesmas características da região de Lisboa e Setúbal, não será esquecido. Uma Rota da Artilharia de Costa e da Fortificação Marítima Portuguesa, abrangendo toda a grande Área Metropolitana de Lisboa, de Mafra a Setúbal, está a ser pensada. “A investigação académica, a classificação do património a diferentes níveis, a articulação estratégica ao nível local, regional e nacional, constituem grandes desafios num futuro próximo”, sublinha a mesma fonte.
Além dos municípios do estuário do Tejo e de Setúbal, esta iniciativa deverá abranger também os Açores e a Madeira.f
LUIS CURADO
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Tropecei na Fotografia ainda muito novo. Um dia, o meu pai levou para casa uma máquina reflex, que acabou por ir parar a um armário, onde eu a resgatei. Habituada a só funcionar nas férias e nos acontecimentos festivos, a pobre coitada foi posta à prova, e de que maneira. Tinha 12 anos, quando comecei a ‘cravar’ a família para satisfazer as necessidades fotográficas mais imediatas. Fiz do meu pai e da minha mãe e de mais uns quantos familiares mecenas à força e lá fui conseguindo comprar os primeiros rolos e revelar as primeiras fotos. Com o tempo, a curiosidade foi dando lugar a uma paixão, que tem vindo a acompanhar-me ao longo da vida. Durante os anos dourados do analógico, do P&B passei para os slides. E fui experimentando de tudo um pouco: Paisagem, Retrato, Vida Selvagem, Concertos, Abstracto e… Macro. Foi ao mergulhar neste Mundo em ponto pequeno que descobri uma infinidade de pormenores a que não damos atenção no corre-corre do dia-a-dia. E aprendi a respeitar ainda mais a Natureza, também pela forma como nos surpreende a cada instante, a cada clique. Da velhinha Nikon FM, comprada em segunda mão e que fazia os pombos voarem em redor a cada disparo, passei para outros modelos mais recentes e mais silenciosos. Com o tempo, os pombos da vizinhança deixaram de sofrer de taquicardia… Pelo caminho, fui guardando sempre as lentes que ia adquirindo, desde o pré-AI até à actualidade. Agora, na era do digital, elas continuam a ser companheiras fiéis e a funcionar muito bem nos corpos mais recentes. Sempre gostei desta aliança entre o moderno e o antigo. Para mim, a Fotografia é um compromisso com o momento, captar o instante com o prazer de um olhar único, mostrar a marca do nosso sentir, estar lá, presente e com identidade própria. Testemunhar o irrepetível de um ângulo e com um enquadramento só nosso. É esse um dos grandes desafios da “arte de pintar com a luz”. E como escreveu o bom Fernando Pessoa: “Se eu vir aquela árvore como toda a gente a vê, não tenho nada a dizer sobre aquela árvore. Não vi aquela árvore”.







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Sobre o autor
Tropecei na Fotografia ainda muito novo. Um dia, o meu pai levou para casa uma máquina reflex, que acabou por ir parar a um armário, onde eu a resgatei. Habituada a só funcionar nas férias e nos acontecimentos festivos, a pobre coitada foi posta à prova, e de que maneira. Tinha 12 anos, quando comecei a ‘cravar’ a família para satisfazer as necessidades fotográficas mais imediatas. Fiz do meu pai e da minha mãe e de mais uns quantos familiares mecenas à força e lá fui conseguindo comprar os primeiros rolos e revelar as primeiras fotos. Com o tempo, a curiosidade foi dando lugar a uma paixão, que tem vindo a acompanhar-me ao longo da vida. Durante os anos dourados do analógico, do P&B passei para os slides. E fui experimentando de tudo um pouco: Paisagem, Retrato, Vida Selvagem, Concertos, Abstracto e… Macro. Foi ao mergulhar neste Mundo em ponto pequeno que descobri uma infinidade de pormenores a que não damos atenção no corre-corre do dia-a-dia. E aprendi a respeitar ainda mais a Natureza, também pela forma como nos surpreende a cada instante, a cada clique. Da velhinha Nikon FM, comprada em segunda mão e que fazia os pombos voarem em redor a cada disparo, passei para outros modelos mais recentes e mais silenciosos. Com o tempo, os pombos da vizinhança deixaram de sofrer de taquicardia… Pelo caminho, fui guardando sempre as lentes que ia adquirindo, desde o pré-AI até à actualidade. Agora, na era do digital, elas continuam a ser companheiras fiéis e a funcionar muito bem nos corpos mais recentes. Sempre gostei desta aliança entre o moderno e o antigo. Para mim, a Fotografia é um compromisso com o momento, captar o instante com o prazer de um olhar único, mostrar a marca do nosso sentir, estar lá, presente e com identidade própria. Testemunhar o irrepetível de um ângulo e com um enquadramento só nosso. É esse um dos grandes desafios da “arte de pintar com a luz”. E como escreveu o bom Fernando Pessoa: “Se eu vir aquela árvore como toda a gente a vê, não tenho nada a dizer sobre aquela árvore. Não vi aquela árvore”.